A situação política na Venezuela segue tensa com a prisão de Enrique Márquez, ex-candidato à presidência, acusado de tentativa de golpe de Estado. O governo afirma que Márquez teria articulado uma posse paralela à presidência com o opositor Edmundo González, visando uma embaixada venezuelana no exterior. A esposa de Márquez denunciou sua detenção, descrevendo o ocorrido como um sequestro por grupos paramilitares com o intuito de silenciar opositores. O ministro do Interior, Diosdado Cabello, também acusou Márquez de ser responsável pela tentativa de golpe e pela formação de um governo paralelo.
A acusação de golpe de Estado ocorre em um contexto de críticas à transparência das eleições presidenciais de 2024. O opositor Edmundo González, que contesta a legitimidade da reeleição de Nicolás Maduro, promete retornar ao país antes da posse de Maduro e convocou manifestações. A prisão de Márquez e outros eventos têm gerado repercussão internacional, com líderes como o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, expressando preocupação sobre as detenções de opositores, mas reafirmando a posição de não interferir diretamente nos assuntos internos da Venezuela.
No cenário interno, a oposição denuncia a falta de transparência nas eleições, que, segundo eles, não seguiram os procedimentos legais, como a divulgação de dados por mesa eleitoral. O governo, por outro lado, defende a legitimidade do processo eleitoral, argumentando que foi validado pelas instituições do país. A crise política continua a gerar confrontos nas ruas, com milhares de detidos em manifestações, enquanto o governo exige respeito pelas decisões judiciais e a não interferência externa nos assuntos internos.