Em meio à crise política na Venezuela, o governo brasileiro se mantém firme em sua decisão de não reconhecer oficialmente a vitória de Nicolás Maduro nas eleições de julho de 2024, devido a fortes indícios de fraude. Além disso, em novembro do mesmo ano, o Brasil bloqueou a entrada da Venezuela no bloco BRICS, uma medida que gerou irritação em Caracas e resultou no distanciamento diplomático entre os dois países, com fontes afirmando que não há comunicação entre os líderes há meses.
Apesar desse cenário de tensão, analistas acreditam que Maduro não deve romper completamente os laços com o Brasil. A importância econômica do Brasil para a Venezuela, especialmente nas relações comerciais, e a possibilidade de uma futura mediação por parte do governo brasileiro em negociações internacionais, como as com os Estados Unidos, são fatores que mantêm a relação entre os países. Além disso, o isolamento da Venezuela na América do Sul é uma preocupação para o governo venezuelano, que já se distanciou de ex-presidentes latino-americanos que apoiaram a oposição.
Por outro lado, o Brasil também não tem interesse em cortar relações diplomáticas com a Venezuela, visando manter sua influência regional e a capacidade de intermediar conflitos no futuro. Entretanto, a situação política na Venezuela continua tensa, com um risco crescente de violência em Caracas devido às manifestações convocadas por ambos os lados, chavistas e opositores, em resposta à posse de Maduro. O analista destaca a possibilidade de um cenário ainda mais grave, com um aumento da repressão e da intolerância por parte do regime.