As eleições presidenciais da Venezuela, realizadas em 28 de julho de 2024, ocorreram em um ambiente de intensa controvérsia e tensões políticas. Com a oposição enfrentando dificuldades para participar do pleito e a ausência de observadores internacionais independentes, o processo eleitoral foi marcado por acusações de falta de transparência e manipulação. Embora o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) tenha proclamado a reeleição do presidente Nicolás Maduro, a oposição contestou os resultados, afirmando que o candidato rival havia obtido vitória com ampla margem, com base em registros eleitorais locais.
A disputa de narrativas desencadeou uma onda de protestos violentos no país, que resultaram em dezenas de mortes e milhares de prisões. Manifestantes se mobilizaram em diversas cidades venezuelanas e ao redor do mundo, denunciando o que consideravam uma fraude eleitoral e uma repressão violenta do regime. As manifestações foram severamente reprimidas pelas forças de segurança, com relatos de abusos, como tortura e condições desumanas nas prisões. A situação se agravou com a perseguição a líderes da oposição, incluindo mandados de prisão e ameaças de exílio.
Internacionalmente, a crise gerou uma crescente pressão contra o governo venezuelano. Países como Estados Unidos, Espanha e Chile passaram a reconhecer o opositor como presidente eleito, enquanto a Venezuela sofreu sanções econômicas e o isolamento diplomático. A posse de Maduro, agendada para 10 de janeiro de 2025, deve ocorrer em um contexto de baixa participação internacional, com aliados do regime presentes, mas sem grandes lideranças globais. A comunidade internacional aguarda a divulgação das atas eleitorais para tentar resolver a disputa sobre a legitimidade da vitória presidencial.