O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, tomará posse para um terceiro mandato de seis anos nesta sexta-feira (10), em uma cerimônia que deverá ser reduzida, com a presença de poucos chefes de Estado. A cerimônia ocorrerá após as eleições presidenciais de julho de 2024, que geraram polêmica devido à falta de transparência nos resultados e a alegação de fraude, com a oposição contestando a vitória de Maduro e apresentando documentos que indicariam uma ampla vantagem para o candidato adversário.
Embora o governo brasileiro tenha inicialmente cogitado enviar a embaixadora Glivânia Maria de Oliveira para representar o país, a decisão foi adiada após um incidente envolvendo uma política venezuelana. A diplomacia brasileira está reconsiderando sua participação, refletindo o cenário tenso na região. Países como Cuba, Nicarágua, Rússia e China, que mantêm uma aliança estreita com a Venezuela, também deverão enviar representantes, mas sem a presença de seus presidentes. Por outro lado, potências ocidentais, como Estados Unidos, União Europeia e Canadá, não mandarão nenhum representante, reconhecendo o opositor Edmundo González como o verdadeiro vencedor das eleições.
A cerimônia será marcada pela presença de líderes de países aliados ao governo de Maduro, como Cuba e Nicarágua, além de representantes de organizações internacionais e de algumas nações da África e do Oriente Médio. A imprensa estatal venezuelana, para contornar o caráter limitado do evento, anunciou a participação de juventudes e membros de partidos políticos da América Latina e do Caribe, apresentando-os como representantes oficiais de seus países. A posse de Maduro ocorre em um contexto de crescente isolamento internacional e instabilidade interna, com o país enfrentando uma crise política e econômica prolongada.