O Vaticano fez um apelo aos governos para que monitorarem o desenvolvimento da inteligência artificial (IA), destacando os riscos associados ao seu uso, especialmente em relação à disseminação de desinformação. Segundo um novo documento sobre ética da IA, elaborado por dois departamentos da Igreja e aprovado pelo Papa Francisco, a IA pode representar uma ameaça à coesão social, ao espalhar conteúdo falso que, gradualmente, minaria os alicerces da sociedade. A mensagem enfatiza que a mídia manipulada por IA pode contribuir para a polarização política e aumentar a instabilidade social.
O Papa Francisco tem abordado questões relacionadas à tecnologia há algum tempo. Recentemente, em uma mensagem ao Fórum Econômico Mundial e na cúpula do G7, alertou para os impactos potencialmente negativos da IA na humanidade, incluindo suas implicações éticas e sociais. O Papa também fez um chamado para que as decisões tecnológicas não sejam deixadas nas mãos de algoritmos, ressaltando a necessidade de uma regulação cuidadosa da IA para evitar abusos e usos indevidos.
O novo documento vaticano, intitulado “Antica et nova”, também analisa as implicações da IA em setores como saúde, educação e mercado de trabalho. A Igreja sublinha que, como em qualquer área que envolva decisões humanas, a IA deve ser cuidadosamente avaliada quanto ao seu direcionamento e uso, levando em consideração os potenciais danos que pode causar. O Vaticano defende que a tecnologia deve ser orientada para o bem comum, garantindo que não seja um instrumento de controle ou manipulação em detrimento da dignidade humana.