A variabilidade climática e eventos climáticos extremos têm afetado diretamente a América Latina e o Caribe, impactando a segurança alimentar em pelo menos 20 países da região. De acordo com um estudo de várias agências da Organização das Nações Unidas (ONU), os setores econômicos mais vulneráveis, como agricultura, pecuária, silvicultura e pesca, estão sofrendo com secas, inundações e tempestades, agravadas pelas mudanças climáticas. Esses fenômenos têm reduzido a produtividade agrícola e interrompido as cadeias de suprimento de alimentos, elevando os preços e ameaçando o progresso na redução da fome e da desnutrição.
A América Latina é a segunda região mais exposta aos riscos climáticos do mundo, atrás apenas da Ásia. O estudo revela que 74% dos países da região foram afetados por eventos climáticos extremos, e metade deles enfrenta a possibilidade de aumento na desnutrição nos próximos anos. Em 2023, cerca de 41 milhões de pessoas estavam em situação de fome, representando 6,2% da população, mas o número de pessoas famintas diminuiu em relação aos anos anteriores. A região tem experimentado progressos no combate à fome, mas os desafios impostos pelas mudanças climáticas podem interromper essa trajetória.
A pesquisa foi elaborada por cinco agências da ONU e destaca que, apesar de avanços nos índices de segurança alimentar, os efeitos do clima extremo ainda representam uma ameaça significativa. As altas temperaturas, os eventos climáticos extremos e as variações no clima têm alterado as condições de cultivo e impactado as populações mais vulneráveis. O relatório enfatiza a importância de ações coordenadas para mitigar os efeitos das mudanças climáticas e melhorar a resiliência dos países da região.