Até o fim de novembro de 2023, o sistema financeiro brasileiro havia devolvido R$ 8,69 bilhões dos R$ 17,63 bilhões inicialmente disponibilizados para resgate por meio do Sistema de Valores a Receber (SVR), que visa recuperar recursos esquecidos em instituições financeiras. A maior parte dos valores não sacados, que totalizam cerca de R$ 8,7 bilhões, foi transferida para o Tesouro Nacional em 16 de outubro, aguardando novas regras para saque. Se não forem requeridos nos próximos 25 anos, os valores serão incorporados ao patrimônio da União.
O número de beneficiários que resgataram os valores até o final de novembro chegou a mais de 27 milhões de correntistas, o que representa apenas 36,15% do total de pessoas e empresas elegíveis. A maioria dos valores a receber corresponde a quantias pequenas: 64,88% dos beneficiários têm direito a menos de R$ 10, e apenas 1,75% dos correntistas têm valores superiores a R$ 1 mil. O programa, iniciado em fevereiro de 2022, tem como objetivo devolver recursos de contas encerradas, tarifas cobradas indevidamente e outros valores esquecidos.
Desde sua reabertura em março de 2023, o SVR passou a incluir novas fontes de recursos, como contas de pagamento e valores de corretoras, e possibilitou a consulta e resgate por representantes legais de empresas encerradas. O Banco Central alerta ainda para o aumento de golpes relacionados ao programa, enfatizando que os serviços são gratuitos e que apenas a instituição financeira indicada no sistema pode contatar os correntistas. Além disso, uma parte dos recursos será usada para compensar a prorrogação da desoneração da folha de pagamento até 2027, com a decisão final sobre a legalidade dessa medida sendo aguardada pelo Supremo Tribunal Federal.