Em 2024, as ações da Vale (VALE3) tiveram um desempenho negativo significativo, com queda de cerca de 23%, o pior retorno desde 2015. Esse resultado reflete a queda de 15% no preço do minério de ferro, que enfrentou baixa demanda da China, altos estoques e margens apertadas nas siderúrgicas. O ano de 2025 começou de forma desfavorável, com as ações da mineradora caindo 5,5% nas primeiras sessões, enquanto o valor de mercado da empresa ficou abaixo de US$ 40 bilhões, o menor patamar desde 2016.
Apesar desse cenário desafiador, analistas de mercado mantêm uma visão mista sobre a recuperação das ações da Vale. O Citi, por exemplo, considera que a mineradora ainda oferece um potencial de valorização significativo, com preço-alvo revisado de US$ 12, o que representa um possível ganho de 41% em relação ao fechamento de 2024. O banco acredita que, mesmo com a queda nos preços do minério, a Vale tem capacidade para gerar caixa e entregar dividendos atrativos, com um dividend yield projetado de 9% para 2025. O Bradesco BBI também é otimista, destacando que a empresa deve se beneficiar de um fluxo de caixa mais forte, apesar das dificuldades enfrentadas pelo setor global de mineração e siderurgia.
Por outro lado, uma parte do mercado continua cética quanto à recuperação da Vale. O BTG Pactual mantém recomendação neutra para as ações, com um preço-alvo de R$ 65, apontando que, apesar de algumas melhorias nos volumes de produção e acordos recentes, a pressão sobre os preços do minério de ferro e a incerteza no cenário macroeconômico, especialmente na China, ainda pesam sobre a mineradora. A expectativa é de que o preço do minério de ferro se mantenha em níveis baixos, o que poderia levar a mais revisões negativas nas estimativas para a empresa em 2025.