A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) emitiu um alerta sobre a baixa procura pela vacina contra a dengue, disponível desde fevereiro de 2024 para um público restrito. Apesar da distribuição de mais de 6 milhões de doses pelo Ministério da Saúde, apenas metade foi aplicada. A vacina, Qdenga, aprovada pela Anvisa, é voltada para crianças de 10 a 14 anos, faixa etária mais afetada pela doença, mas com capacidade limitada de produção, a imunização não foi estendida a toda a população. A presidente da SBIm, Mônica Levi, destaca que a vacina é segura e eficaz, e reforça a importância de completar o ciclo de duas doses, embora o intervalo entre elas possa ser ampliado sem comprometer a eficácia.
Embora a vacinação seja uma estratégia importante, o governo brasileiro ainda prioriza ações de prevenção contra a dengue. O país enfrenta uma situação preocupante, com um aumento de casos, incluindo o sorotipo 3 do vírus, que não circulava de forma predominante desde 2008. Para lidar com essa situação, o Ministério da Saúde lançou um Plano de Ação para a Redução da Dengue, com foco no controle do mosquito transmissor Aedes aegypti. Ações como a introdução de novas tecnologias de controle vetorial, como o método Wolbachia e o uso de larvicidas, estão sendo implementadas, especialmente em áreas de difícil acesso.
Além disso, o Ministério da Saúde tem intensificado o monitoramento das arboviroses, criando um Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) para acompanhar a evolução dos casos. Apesar dos esforços de prevenção e controle, a baixa adesão à vacina continua sendo um desafio, o que limita a eficácia das medidas de imunização e reforça a necessidade de maior conscientização pública sobre a importância da vacinação para o controle da doença.