A investigação sobre a morte de um estudante de medicina na zona sul de São Paulo, após ser baleado por um policial militar, trouxe à tona questionamentos sobre o uso da força letal pelas forças de segurança. O incidente ocorreu na madrugada de 20 de novembro, quando o jovem foi alvejado após resistir à abordagem policial na entrada de um hotel. Imagens de câmeras de segurança mostram que o conflito começou quando o estudante deu um tapa no retrovisor de uma viatura da Polícia Militar. A resposta policial incluiu o uso de arma de fogo, cuja legitimidade é agora contestada.
Segundo o relatório do inquérito conduzido pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a ação do policial não cumpriu os requisitos legais para o uso de força letal, já que a vítima estava desarmada e não representava risco iminente à integridade dos agentes ou de terceiros. O delegado responsável apontou que o disparo foi efetuado de forma injustificada e que o policial teria assumido o risco de causar a morte. Diante da gravidade do caso, foi solicitado o pedido de prisão preventiva do policial envolvido, aguardando decisão do Judiciário.
O caso gerou ampla comoção, especialmente pela percepção de desproporcionalidade na resposta policial. A família da vítima declarou aguardar justiça e ressaltou que a situação poderia ter sido tratada de forma menos violenta. O episódio reacende o debate sobre o treinamento e os protocolos de uso de força pelas forças de segurança, bem como sobre a necessidade de maior rigor na responsabilização de ações que resultam em morte.