O uso de esteroides anabolizantes sem orientação médica pode trazer sérios danos à saúde, e esse risco aumenta significativamente quando os produtos são adquiridos de fontes clandestinas. Recentemente, uma operação policial no Rio de Janeiro e em Brasília desmantelou uma quadrilha que fabricava e vendia esses produtos ilegalmente em todo o Brasil. A investigação revelou que os esteroides eram produzidos em condições precárias, sem fiscalização, e com substâncias tóxicas e até venenosas, como o benzoato de metila, presente em pesticidas. Os produtos eram comercializados online, sem qualquer controle de qualidade, o que expõe os consumidores a graves riscos de contaminação.
Especialistas destacam que os esteroides anabolizantes devem ser usados apenas em condições médicas específicas, como o tratamento de hipogonadismo, queimaduras graves ou alguns tipos de câncer. No entanto, o uso não supervisionado de anabolizantes, com o objetivo de aumentar massa muscular ou melhorar o desempenho esportivo, pode resultar em danos irreversíveis à saúde. Entre os riscos estão doenças cardíacas, alterações hormonais, infertilidade, problemas hepáticos e até efeitos psicológicos como agressividade e depressão. O consumo de produtos falsificados ou de origem veterinária intensifica ainda mais esses perigos, uma vez que esses medicamentos não seguem padrões de qualidade e podem conter doses inadequadas.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) orienta a população a desconfiar de produtos comprados em sites não autorizados e alerta sobre a venda ilegal de esteroides. Somente farmácias e drogarias regulamentadas podem comercializar esses medicamentos, e sempre mediante apresentação de receita médica. Além disso, o Conselho Federal de Medicina proíbe a prescrição de esteroides para fins estéticos ou de melhoria de performance. Médicos e especialistas reforçam que, embora o uso terapêutico seja restrito a casos específicos, os riscos do consumo indiscriminado e clandestino superam qualquer benefício pretendido.