Durante o combate aos incêndios florestais em Los Angeles, os bombeiros tiveram que recorrer ao uso do CL-415 Super Scooper, um avião canadense especializado em combate a incêndios, após a falha do principal reservatório de água da região. Essa aeronave, capaz de colher grandes volumes de água do oceano, foi considerada uma solução de emergência, mas seu uso não é isento de impactos ambientais. O problema central é que a água salgada pode prejudicar ecossistemas costeiros, especialmente em áreas de florestas que não são naturalmente expostas ao sal.
Pesquisadores têm estudado os efeitos da água salgada sobre florestas costeiras, como o experimento Tempest, que simula inundações com água salgada para entender como as árvores reagem à exposição a esse tipo de água. Embora as florestas tenham mostrado resiliência inicial, a exposição prolongada ao sal tem mostrado danos, como folhas queimadas e alterações na qualidade do solo, com impactos negativos na estrutura e química do solo. As árvores afetadas, como os tulipeiros, demoraram mais para retirar água do solo, o que levou à perda prematura das folhas.
A água salgada, embora eficiente para controle de incêndios, representa uma preocupação crescente à medida que os níveis do mar aumentam devido à mudança climática. O derretimento das calotas polares e o aquecimento global intensificam a intrusão de sal nas florestas, o que pode ter consequências ainda desconhecidas para a biodiversidade e a estabilidade desses ecossistemas. A pesquisa aponta que, embora a água do mar seja uma ferramenta útil a curto prazo no combate ao fogo, seus efeitos no longo prazo exigem cautela e novas soluções para proteger o meio ambiente.