A Usina Termelétrica Candiota III, localizada no município de Candiota, no Rio Grande do Sul, suspendeu suas atividades desde o dia 1º de janeiro, após o término dos contratos de geração e fornecimento de energia com o governo federal. A cidade, com cerca de 11 mil habitantes, está preocupada com o impacto econômico da paralisação, já que a usina emprega cerca de 5 mil pessoas, representando mais da metade da força de trabalho local. A possibilidade de uma medida provisória que prorrogue os contratos até 2043 está sendo discutida, com uma reunião agendada entre autoridades locais e o governo federal.
A economia de Candiota é fortemente dependente da mineração e da geração de energia elétrica, setores que respondem por cerca de 70% de sua atividade econômica. A usina paralisada, que funciona com carvão mineral, tem sido um pilar dessa economia desde a década de 1960. Embora a geração de energia a partir de carvão seja considerada poluente, é uma fonte contínua e essencial para o Sistema Interligado Nacional. A transição energética e a busca por fontes renováveis de energia representam desafios significativos para a cidade, que se vê pressionada a equilibrar sustentabilidade e manutenção dos empregos.
Enquanto isso, o governo federal discute alternativas para manter a usina em operação. A venda da unidade para a empresa Âmbar em 2023 e a recente sanção de um projeto de lei sobre energia eólica em alto-mar, que exclui a possibilidade de prorrogação dos contratos de usinas termelétricas até 2050, geram incertezas. A paralisação é vista como um fim de ciclo para muitos trabalhadores locais, que temem perder seus empregos e a chance de recomeçar em uma região com poucas alternativas econômicas.