Desde 2018, 23 universidades públicas brasileiras implementaram cotas para pessoas trans, uma medida que visa garantir maior inclusão no ensino superior. Embora o número de universidades que aderem a essa política tenha crescido, com 16 delas adotando ações afirmativas entre 2023 e 2024, a reserva de vagas ainda enfrenta desafios significativos. Muitos desses espaços permanecem ociosos devido à exclusão vivida desde a educação básica, que impacta a permanência e o sucesso dos estudantes trans na universidade.
O processo de exclusão educacional de pessoas trans começa na educação básica, onde violências físicas e psicológicas, além da falta de respeito ao nome social e à identidade de gênero, dificultam o acesso e a permanência nas escolas. Esses obstáculos, muitas vezes causados por preconceito institucional e pela transfobia entre educadores, fazem com que muitos estudantes abandonem os estudos antes de alcançar o ensino superior. A implementação de cotas, embora importante, não é suficiente para superar essas barreiras estruturais.
O apoio da família tem se mostrado um fator crucial para a superação desses desafios. No caso de Yngrid Sofia Barbosa, por exemplo, o suporte familiar foi fundamental para enfrentar as dificuldades na escola e manter o foco nos estudos. A política de cotas tem sido um passo importante, mas a luta continua para garantir que pessoas trans não só ingressem nas universidades, mas que também permaneçam e se formem, enfrentando as adversidades que surgem em todo o percurso educacional.