A Unimed Nacional (CNU), a maior cooperativa médica do Brasil, receberá um aporte obrigatório de R$ 1 bilhão com o objetivo de reforçar seu balanço financeiro após anos de prejuízos. Com cerca de 2 milhões de beneficiários, representando 10% do total do Sistema Unimed, a cooperativa enfrenta desafios estruturais, como o desalinhamento entre os interesses dos médicos e das cooperativas, resultando em baixa rentabilidade. Para garantir a capitalização, é necessária a substituição da atual gestão da CNU até o primeiro trimestre de 2025.
O movimento pode ter implicações no mercado, com analistas do JPMorgan apontando uma possível desaceleração no crescimento da Hapvida (HAPV3) devido à sobreposição operacional com a Unimed Nacional em algumas regiões, como São Paulo. A cooperativa nacional tem perdido participação de mercado nos últimos meses, o que coloca em dúvida a eficácia do aporte para melhorar sua competitividade no curto prazo. Mesmo com a injeção de capital, os analistas acreditam que mudanças estruturais mais profundas são necessárias para reverter o cenário de baixa rentabilidade.
O JPMorgan também observa que a estratégia de redução de exposição a cooperativas médicas, como a Unimed Ferj, adotada pela Rede D’Or (RDOR3), é positiva, pois melhora a coleta de caixa e os retornos. Contudo, a análise destaca que, embora a capitalização da CNU possa aliviar sua situação, o impacto no mercado de cooperativas regionais, como a Unimed Ferj e a Unimed Goiânia, deve ser monitorado de perto, especialmente em relação à sua saúde financeira.