A União Europeia (UE) está considerando a criação de um programa de subsídios pan-europeus com o objetivo de aumentar as vendas de veículos elétricos, em resposta ao crescimento da concorrência chinesa no mercado automotivo. A vice-presidente executiva da Comissão Europeia, Teresa Ribera, revelou que o bloco está elaborando opções para incentivar a transição para veículos elétricos, evitando a competição desleal entre os subsídios nacionais dos países-membros. A proposta, que vem após a Alemanha suspender seu próprio programa de incentivos em 2023, busca fortalecer a indústria automotiva europeia em um cenário de desafios econômicos.
A Comissão Europeia enfrenta o desafio de criar um sistema de incentivos que seja compatível com as normas da Organização Mundial do Comércio (OMC) e que não favoreça fabricantes chineses. Além disso, a estratégia precisa equilibrar a eletrificação rápida com a capacidade das montadoras europeias de atender à crescente demanda. A ideia é criar um modelo unificado para evitar que os subsídios se tornem um campo de disputa entre os países da UE. Ribera enfatizou que o programa seria apenas uma das várias medidas necessárias para apoiar o setor automotivo europeu, considerado vital para a economia da região.
Apesar da busca por alternativas de apoio à indústria, Ribera descartou a ideia de adiar a proibição das vendas de veículos com motores a combustão interna prevista para 2035, defendendo que a indústria automotiva precisa de previsibilidade. A Comissão Europeia também considera flexibilizar as metas anuais de vendas de veículos elétricos, além das sanções para os fabricantes que não cumprirem os objetivos. Ribera destacou que as conversas com os fabricantes de veículos continuam, e alternativas de compromisso em termos de investimentos estão sendo exploradas para garantir uma transição eficiente e sustentável para os veículos elétricos no continente.