A bancada de deputados e senadores do União Brasil está pressionando o governo de Luiz Inácio Lula da Silva a ceder o comando dos Correios ao partido, como parte de uma reforma ministerial. De acordo com membros da sigla, essa mudança poderia ampliar o apoio ao governo no Congresso. O presidente da empresa, Fabiano Silva dos Santos, foi nomeado por um grupo ligado ao governo e tem sido criticado pela gestão financeira da estatal, que registrou um prejuízo histórico. Apesar disso, o União Brasil vê essa mudança como uma oportunidade de aumentar sua participação no governo, sem desestabilizar outros ministérios.
A situação financeira dos Correios é delicada, com a empresa enfrentando uma crise de insolvência devido a decisões controversas de sua gestão. Entre os problemas enfrentados estão o aumento das dívidas e gastos excessivos, como a compra de itens sem justificativa clara. A empresa também enfrenta um déficit significativo, com um teto de gastos de R$ 21,96 bilhões para o ano, o que evidencia o impacto da gestão nas contas da estatal. Além disso, a falta de uma estratégia para reverter a situação leva a uma projeção de dificuldades para a recuperação financeira.
Enquanto o União Brasil busca mais influência, o MDB também demonstrou interesse no comando dos Correios, ressaltando sua contribuição para o governo em termos de apoio parlamentar. No entanto, fontes próximas ao governo de Lula indicam que, no momento, não há espaço para mudanças. A decisão de não modificar a liderança dos Correios reflete uma análise política de que o partido não tem mais entregas a oferecer e que a bancada não é suficientemente coesa para justificar uma troca neste momento.