O contrato que permitia o trânsito de gás russo pela Ucrânia para a Europa chegou ao fim no dia 31 de outubro, e o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky não renovou o acordo com a Rússia. Apesar das sanções aplicadas à Rússia desde o início da guerra, o gás continuou a transitar pela Ucrânia até o término do contrato. No entanto, o impacto do fim do fornecimento para o abastecimento europeu deve ser mínimo, já que a dependência do gás russo diminuiu significativamente, de 40% para cerca de 15% das importações totais de gás na Europa.
A União Europeia já havia tomado medidas para reduzir sua dependência do gás russo, substituindo-o por gás natural liquefeito (GNL) de fornecedores como os Estados Unidos, Noruega e países do Norte da África. Essa diversificação permitiu que a Europa mantivesse sua segurança de abastecimento, mesmo sem o gás russo transitando pela Ucrânia. A professora Anna Créti, especialista em Economia, destacou que a situação será especialmente sentida na Eslováquia e na Moldávia, países altamente dependentes do gás russo que transita pela Ucrânia. Ambos enfrentam uma possível alta nos preços do gás, embora soluções alternativas, como o transporte por navio e gasodutos como o Turkstream, possam mitigar os efeitos.
Embora o impacto na Europa como um todo seja limitado, a situação representa um novo desafio para os países da região que ainda dependem do fornecimento russo. A longo prazo, Bruxelas planeja eliminar completamente a importação de gás russo até 2027, com a expectativa de continuar recebendo gás de outros fornecedores, como o norte da África e o Azerbaijão. A transição para alternativas ao gás russo já é visível, com os Estados Unidos emergindo como o maior exportador mundial de GNL em 2023, uma mudança que ameaça o domínio da Rússia no mercado global de gás.