A Ucrânia cumpriu sua promessa de suspender o transporte de gás russo para a Europa a partir de 1° de janeiro, após o fim de um acordo crucial com Moscou. Esse movimento, esperado, é simbólico, dado o contexto da guerra em grande escala com a Rússia e a já significativa redução das importações europeias de gás russo. O Ministério da Energia ucraniano afirmou que a decisão foi tomada para garantir a segurança nacional, destacando que sua infraestrutura estava preparada para lidar com o fim do acordo.
A suspensão afeta principalmente países como Áustria, Hungria e Eslováquia, que ainda dependiam dessa rota. Antes da guerra, a Rússia era responsável por mais de 40% das importações de gás da União Europeia, mas atualmente esse número caiu para cerca de 8%. Para compensar a perda, a UE tem importado grandes volumes de gás natural liquefeito (GNL) dos Estados Unidos e da Noruega, além de gás russo por outras rotas, como o gasoduto Turkstream, que atravessa a Turquia e segue para outros países da região.
A decisão pode ter implicações para os preços do gás e para o abastecimento na Europa, especialmente para os países que recebiam gás pela Ucrânia. Especialistas indicam que, embora a escassez de energia seja improvável, o fechamento da rota de transporte dificultará o reabastecimento das reservas para o inverno de 2025, o que pode resultar em preços mais altos. Além disso, a situação criou tensões em regiões como a Transnístria, onde o corte no fornecimento de gás impactou diretamente a população local.