O turismo global experimentou um crescimento acentuado em 2024, superando os números pré-pandemia, impulsionado por viagens pós-pandemia e a chamada “vingança do turismo”. No entanto, esse aumento trouxe consigo uma série de consequências, principalmente para os moradores das cidades mais visitadas. Em locais como Barcelona e Maiorca, manifestantes locais demonstraram seu descontentamento com a superlotação, e atitudes hostis contra turistas começaram a se intensificar, refletindo uma mudança nas percepções sobre os benefícios do turismo. A alta demanda também afetou os preços da habitação, exacerbando crises habitacionais em várias cidades europeias, como resultado da transformação de imóveis em propriedades destinadas ao turismo.
Em resposta a esse crescente descontentamento, algumas cidades tomaram medidas para limitar o fluxo de visitantes. Veneza implementou uma taxa diária de € 5 para turistas, e outras localidades, como Budapeste e Atenas, começaram a proibir ou limitar aluguéis de curto prazo. Especialistas apontam que a gestão mais rigorosa do turismo e o controle das capacidades das cidades são cruciais para equilibrar os benefícios econômicos com os impactos negativos da superlotação, como a queda na qualidade de vida dos moradores e a degradação de pontos turísticos. Esse retrocesso no setor é visto como uma resposta a décadas de negligência no planejamento e na regulamentação do turismo em muitos destinos populares.
Para 2025, especialistas preveem um cenário de controle mais rígido nas viagens, com turistas optando por destinos menos saturados para evitar o estigma associado ao excesso de turismo. A tendência é que a indústria se adapte, buscando promover destinos menos conhecidos e minimizar os impactos negativos nas cidades icônicas. A ideia é distribuir melhor o fluxo turístico, de modo que as economias locais possam continuar a se beneficiar do turismo sem comprometer a integridade dos destinos e a qualidade de vida dos moradores.