Após assumir a presidência dos Estados Unidos, Donald Trump surpreendeu ao adotar uma abordagem mais moderada em relação à China, em contraste com as promessas feitas durante sua campanha eleitoral. Enquanto durante a corrida eleitoral ele ameaçou impor tarifas severas sobre os produtos chineses, o tom de suas declarações após a vitória foi mais conciliatório, sugerindo a possibilidade de um acordo comercial entre os dois países. Essa mudança de postura foi bem recebida pelo mercado financeiro, que registrou uma valorização do real em relação ao dólar.
Apesar das promessas de tarifas em 2025, como a taxação de produtos de países como México e Canadá, as medidas concretas ainda não foram implementadas, o que tem gerado incertezas nos mercados. A falta de ações mais agressivas de Trump, até o momento, foi vista como positiva por analistas, que destacam a dependência dos EUA de importações chinesas, principalmente no setor de tecnologia e manufaturas. Além disso, a imposição de tarifas elevadas poderia aumentar a inflação no país, algo que o presidente quer evitar, dado o impacto nos preços internos e no poder de compra da população.
No Brasil, as incertezas sobre as ações de Trump geram diferentes expectativas. O país pode ser impactado tanto por uma possível desaceleração da economia chinesa, que reduziria a demanda por commodities brasileiras, quanto por uma mudança nas dinâmicas comerciais globais. Apesar de uma potencial vantagem para o agronegócio, o Brasil carece de uma estratégia de exportação mais eficaz para aproveitar essas mudanças. O cenário é de cautela, com especialistas alertando que, sem políticas comerciais mais robustas, o Brasil pode continuar sendo um observador das transformações nas cadeias de suprimentos globais.