A retórica de Donald Trump durante sua campanha eleitoral em relação à China diverge de sua postura atual após assumir a presidência dos Estados Unidos. Inicialmente, o republicano foi muito enfático nas críticas ao país asiático, mas, já no cargo, não apresentou uma abordagem clara sobre como será a relação entre as duas maiores economias do mundo. Roberto Dumas, professor de economia chinesa, afirma que ainda não está claro se Trump tem um problema com a China especificamente ou com as finanças externas dos Estados Unidos.
Além disso, Trump manteve promessas feitas durante a campanha, como a imposição de tarifas sobre o Canadá, México e a União Europeia, com o argumento de que a balança comercial dos Estados Unidos com esses países está desequilibrada. Durante a campanha, ele chegou a prometer uma taxa de importação de 60% no primeiro dia de mandato. No entanto, em sua nova gestão, ele sinalizou que a taxação sobre os produtos chineses será de 10%, com início previsto para fevereiro.
Apesar disso, Trump também demonstrou sinais de uma relação mais amena com a China, como evidenciado por sua declaração de uma conversa “muito boa” com o presidente chinês, Xi Jinping. Embora o impasse envolvendo o TikTok continue, a conversa também abordou questões relacionadas à política comercial. Esse cenário ainda deixa em aberto a definição das futuras interações entre os dois países, marcando um contraste com a postura agressiva de sua campanha.