O governo de Donald Trump tem intensificado suas operações contra imigrantes sem documentos, com foco em cidades chamadas “santuário”, que possuem políticas mais favoráveis à imigração. Cidades como Los Angeles, Nova York, Chicago e Houston são conhecidas por adotar posturas mais tolerantes em relação aos imigrantes, com destaque para a proteção de minorias e imigrantes sem documentos. Contudo, a administração de Trump tem visado justamente essas áreas, com o objetivo de deportar um número significativo de pessoas, desencadeando uma série de operações em locais como Chicago, Atlanta e Miami.
O conceito de “cidade-santuário” surgiu nos EUA no final do século 20, inspirado em práticas de proteção de migrantes em busca de refúgio. Embora o termo não tenha uma definição legal precisa, essas cidades se caracterizam pela resistência em colaborar com as autoridades federais de imigração, como o ICE. Em muitas delas, a polícia local não é obrigada a verificar o status imigratório de indivíduos detidos, o que reduz o risco de deportação. No entanto, as críticas a essa política surgem tanto de autoridades federais quanto de setores conservadores, que acusam os governos locais de protegerem imigrantes irregulares e facilitarem o acesso a recursos públicos.
Apesar das medidas de proteção oferecidas por essas cidades, como a não notificação automática das autoridades federais sobre a situação imigratória de detidos, elas não garantem imunidade total. A deportação pode ocorrer caso o imigrante seja detido por outro crime ou caso haja mandados de prisão em aberto. O governo Trump tem pressionado para que haja mais cooperação entre autoridades locais e federais, além de ter revogado leis que protegiam certos locais, como igrejas e escolas, de operações de imigração. As ações mais recentes, incluindo batidas em bairros de grande concentração de imigrantes, têm gerado medo e incerteza entre as comunidades, especialmente em cidades com maior presença de imigrantes latinos.