A primeira semana do governo Donald Trump nos Estados Unidos foi marcada por discussões intensas sobre tarifas de importação, mas com ações limitadas. De acordo com Fernando Fenolio, economista-chefe da WHG, houve muitos ruídos sobre o tema, mas a tarifação é parte de um planejamento estratégico. O governo americano busca usar as tarifas como uma ferramenta de negociação, considerando algumas relações comerciais injustas para os Estados Unidos, como é o caso com países como Brasil, China e Índia.
Fenolio afirma que o governo de Trump pretende corrigir assimetrias comerciais por meio dessas tarifas, utilizando-as como pressão nas negociações. Estudos estão sendo conduzidos para identificar quais países apresentam as maiores distorções em relação aos Estados Unidos. Caso as negociações não sejam bem-sucedidas, o processo tarifário deve ser implementado até o final do ano. Se as conversas derem certo, a tarifação pode não ser necessária, disse o economista.
Em relação aos impactos da tarifação, Fenolio adverte que uma elevação generalizada de tarifas pode gerar um choque econômico global, com aumento de preços e redução no consumo, resultando em maior inflação e menor crescimento econômico. O economista destaca que a situação será mais desafiadora com países como a China, cujas negociações são mais difíceis, enquanto com o Canadá, os desafios são menores devido à relação histórica mais estável entre os dois países.