A Europa vive uma crescente apreensão com a iminente posse de Donald Trump, especialmente em relação à sua política externa. A recente coletiva de imprensa após a certificação da eleição nos Estados Unidos confirmou que um novo governo do magnata exigirá uma habilidade diplomática considerável por parte dos aliados europeus. O ponto de maior preocupação para o continente foi a possível abordagem dos EUA sobre a Groenlândia, um território autônomo do Reino da Dinamarca, que possui grande importância geoestratégica devido à sua localização no Ártico e à proximidade com os Estados Unidos, Canadá e Rússia. Além disso, a Groenlândia é rica em recursos naturais essenciais, como petróleo, gás e metais raros, fundamentais para as tecnologias do futuro.
Historicamente, a Groenlândia tem sido um tema de interesse para os Estados Unidos. Já no século XIX, o presidente Andrew Johnson demonstrou interesse em comprá-la, e em 1946, Harry Truman fez uma oferta de 100 milhões de dólares à Dinamarca, mas ambas as tentativas fracassaram. Durante seu primeiro mandato, Trump também expressou o desejo de adquirir o território, uma posição que agora voltou à tona com sua próxima presidência. Embora o governo dinamarquês e as lideranças da União Europeia tenham descartado a possibilidade de uma venda, o simples fato de o tema ser levantado novamente acende alertas diplomáticos.
Apesar de as chances de uma aquisição ou anexação pelos Estados Unidos serem extremamente remotas, o impacto da retórica de Trump sobre a Groenlândia tem sido significativo. A questão não só mobilizou as lideranças europeias, como também destaca a capacidade do futuro presidente de transformar questões regionais em debates globais. A reação firme da Dinamarca e da União Europeia reforça a importância do território para a segurança geopolítica do continente e para os interesses estratégicos no Ártico, região cada vez mais relevante no cenário internacional.