O retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos em 2025 pode provocar um aumento na competição entre Brasil e EUA no agronegócio. Especialistas indicam que, embora políticas comerciais protecionistas possam beneficiar as exportações brasileiras para países como a China, elas podem dificultar as negociações de ampliação de mercados entre os dois países. O agronegócio brasileiro deve se beneficiar do redirecionamento da demanda chinesa por produtos como soja e milho, especialmente se uma nova guerra comercial entre Estados Unidos e China for desencadeada. No entanto, a competitividade será menor em relação à fase inicial do conflito, e o Brasil deve manter uma postura pragmática nas relações comerciais.
A relação comercial entre Brasil e Estados Unidos também pode ser afetada por questões como tarifas e quotas de importação, principalmente no setor de carne bovina e açúcar. O Brasil tem interesse em expandir suas exportações desses produtos, mas isso dependerá de concessões de ambos os lados. A China, por sua vez, deve manter uma estratégia diversificada de compras, priorizando soja tanto do Hemisfério Norte quanto do Sul, conforme as sazonalidades e os preços competitivos. Além disso, um possível acordo entre EUA e China pode diminuir o espaço para o Brasil, mas o governo brasileiro busca manter uma diplomacia comercial fluida e confiável.
Em meio a esse cenário, a expectativa é de que o agronegócio brasileiro continue a buscar oportunidades tanto com os EUA quanto com outros mercados. A relação comercial, apesar das tensões políticas e do protecionismo crescente, é vista como estratégica, com o Brasil ampliando suas exportações de produtos como café e carne bovina. No entanto, a postura de Trump pode complicar a ampliação das quotas de produtos como carne e açúcar, que já enfrentam desafios em função das políticas de tarifas. O Brasil terá que lidar com o cenário de desglobalização e a diminuição do papel de organizações multilaterais, que podem prejudicar a estabilidade das negociações internacionais no setor.