O governo de Donald Trump estabeleceu novas diretrizes para a alocação de pessoas trans em prisões federais, determinando que mulheres trans devem cumprir pena em presídios masculinos. Essa decisão afeta um total de 2,3 mil pessoas trans nos Estados Unidos, sendo que 1,5 mil fizeram a transição para o gênero feminino. A medida vai contra as orientações de 2017 do Departamento de Justiça, que recomendava a alocação de presos trans de acordo com o gênero com o qual se identificam, com base em avaliações médicas e psicológicas.
Além disso, o governo de Trump também proibiu o financiamento de tratamentos para a transição de gênero, como cirurgias e terapias hormonais, a detentos em prisões federais. Nos anos anteriores, algumas detentas conseguiram o apoio do governo para a realização desses procedimentos, que são considerados parte do acesso a cuidados médicos garantidos pela Constituição. Em 2022, os gastos com esses tratamentos foram de US$ 153 mil, representando uma pequena fração do orçamento do Departamento de Saúde.
Essas decisões fazem parte de um decreto mais amplo que altera a forma como o governo dos Estados Unidos entende o sexo e o gênero, afirmando que o sexo se refere à classificação biológica e imutável de um indivíduo como masculino ou feminino, enquanto o gênero é uma construção social. Essa mudança provocou críticas de especialistas, como o médico Thiago Caetano, que destacou a importância de respeitar a identidade de gênero das pessoas para garantir sua expressão e dignidade na sociedade.