O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, designou os Houthis como uma organização terrorista estrangeira após ataques a navios no Mar Vermelho. A medida revoga uma decisão de 2021 do presidente Biden, que havia retirado esse rótulo, mas posteriormente classificou o grupo como um “Terrorista Global Especialmente Designado”. A nova classificação impõe restrições severas, como a proibição de apoio material ao grupo, o fechamento de bancos e empresas a ele, e a impossibilidade de membros do grupo entrarem nos Estados Unidos. Além disso, vítimas de ataques podem processar os Houthis e entidades que os apoiam.
Os Houthis, um movimento originado no Iémen, têm se consolidado como uma força militar importante após uma guerra civil que dura quase uma década. O grupo, inicialmente formado por seguidores do Zaidismo, uma vertente do islã xiita, se opôs ao governo do Iémen e a influências externas, como o regime saudita. Nos últimos anos, os Houthis controlam grande parte do norte do Iémen e continuam a negociar com a Arábia Saudita para consolidar seu poder.
A aliança com o Irã é um dos fatores que fortalece o grupo, que recebeu apoio militar, incluindo armas avançadas e drones, para suas operações. Os Houthis fazem parte do “Eixo da Resistência”, uma coalizão de milícias apoiadas pelo Irã que tem se oposto ao Ocidente e Israel. Esse suporte tem sido fundamental na escalada do conflito no Iémen, que resultou em uma das piores crises humanitárias do mundo.