O convite de Donald Trump ao presidente chinês Xi Jinping para sua cerimônia de posse em 20 de janeiro gerou surpresa no cenário internacional, especialmente considerando a retórica agressiva de sua campanha em relação à China. A decisão de incluir Xi é vista como um movimento pragmático, demonstrando que Trump, apesar das duras declarações durante a campanha, pode buscar uma aproximação mais equilibrada nas relações internacionais. O gesto ocorre em um contexto de crescente tensão geopolítica entre os dois países, mas também sinaliza uma estratégia de Trump para equilibrar sua ideologia com as necessidades diplomáticas e econômicas dos Estados Unidos.
Além de Xi Jinping, a lista de convidados de Trump inclui representantes de vários países, como Itália, Argentina e El Salvador, além do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro. A analista de relações internacionais Fernanda Magnotta destaca que, com essa escolha, Trump fortalece suas conexões com líderes de direita em diferentes partes do mundo, refletindo um movimento que se intensificou desde 2016 com eventos como o Brexit e a eleição de Trump. Para Magnotta, o convite também serve para fortalecer alianças entre esses líderes e criar um espaço para trocas políticas e diplomáticas.
No entanto, o convite a Xi se destaca dentro de um contexto predominantemente alinhado à direita internacional. Magnotta interpreta a decisão como um aceno da parte de Trump para a China, buscando uma postura mais pragmática, que considera as necessidades do cenário global. A ação revela uma tentativa de Trump de manter boas relações diplomáticas com uma potência rival, ao mesmo tempo em que se alinha a lideranças com ideologias políticas mais conservadoras, o que pode ser um fator estratégico para seu governo.