A avaliação dos investidores sobre a postura de Donald Trump em relação às tarifas de importação teve um impacto positivo nas moedas de países emergentes exportadores de commodities. A expectativa de uma abordagem mais estratégica e menos agressiva por parte do presidente norte-americano diminuiu os riscos para a economia global, contribuindo para a queda do dólar frente a moedas como o real. No mercado à vista, o dólar caiu 1,40%, atingindo o menor nível desde novembro de 2024, e a queda foi refletida também nos contratos futuros da moeda.
A mudança na postura de Trump em relação às tarifas, como a imposição de 10% sobre as importações chinesas, tem gerado otimismo entre investidores, dado que ele havia prometido tarifas muito mais altas durante sua campanha. A redução da percepção de risco ajudou a fortalecer o real, especialmente após a piora da taxa de câmbio no final do ano passado, impulsionada por incertezas fiscais e sazonalidades como remessas de capital ao exterior. Esse cenário, aliado à diminuição da especulação sobre a depreciação do real, tem favorecido a moeda brasileira.
Entretanto, ainda existem desafios à frente para uma valorização mais forte do real, com o fluxo cambial negativo observado no início de janeiro. A saída de dólares do Brasil continua sendo um fator relevante, em parte devido à incerteza política interna e ao baixo ingresso de dólares no turismo, o que pode limitar a recuperação completa da moeda brasileira. Dados preliminares do Banco Central indicam um fluxo cambial negativo no começo de janeiro, mas uma recuperação no fluxo de divisas foi observada na semana anterior à posse de Trump.