O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, anunciou nesta segunda-feira (6) que deixará a liderança do Partido Liberal, após quase uma década no cargo. Ele continuará como chefe de governo até que o partido escolha um novo líder por meio de um processo competitivo. Sua decisão ocorre em um momento de pressão crescente de parlamentares liberais, que veem suas chances nas próximas eleições prejudicadas pela queda nas pesquisas de popularidade. A suspensão do Parlamento até março também impacta sua permanência no cargo, com a transição de liderança prevista para ocorrer após o processo interno do partido.
Trudeau, que assumiu o cargo em 2015, foi reeleito por duas vezes, mas sua popularidade começou a cair nos últimos dois anos devido ao aumento dos preços e à escassez de moradias, agravando a insatisfação pública. As pesquisas indicam que os liberais devem perder para a oposição conservadora nas eleições previstas para até outubro deste ano. A pressão por sua saída aumentou após um episódio em que ele tentou rebaixar a ministra das Finanças, o que resultou em uma renúncia e em críticas sobre sua liderança.
Enquanto o Partido Liberal busca um novo líder, o Parlamento canadense está suspenso até março, com a possibilidade de uma moção de desconfiança em maio, caso o governo não seja derrubado antes disso. O cenário político do Canadá continua incerto, com a oposição conservadora, liderada por Pierre Poilievre, ganhando terreno. A decisão de Trudeau marca o fim de um ciclo significativo na política canadense, refletindo os desafios de um governo que busca se adaptar a novas demandas e realidades eleitorais.