Três pessoas morreram e uma segue hospitalizada após consumir um bolo envenenado em Torres, no Rio Grande do Sul, durante a véspera de Natal. A investigação conduzida pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP) apontou que a contaminação ocorreu por meio da farinha usada na receita, que estava contaminada com arsênio. A substância, quando ingerida em altas concentrações, pode ser fatal. O IGP detectou uma quantidade 350 vezes superior ao limite letal para a ingestão humana, que levou às mortes das vítimas. Os sintomas iniciais incluem irritação nas mucosas, náuseas e vômitos, podendo evoluir para complicações mais graves, como choque e falência dos órgãos.
O arsênio é uma substância controlada, cuja comercialização e uso são rigorosamente fiscalizados por órgãos como a Anvisa e a Polícia Federal. No entanto, o composto ainda pode ser encontrado de forma ilícita, como ocorreu nesse caso. A regulamentação exige que qualquer uso industrial do arsênio seja devidamente documentado e autorizado. A substância pode ser usada em pequenas quantidades em alimentos industrializados, mas é proibida como inseticida ou raticida no Brasil, conforme as resoluções da Anvisa.
O tratamento para a intoxicação por arsênio pode ser realizado com o uso de um antídoto chamado Ácido Dimercaptossuccínico (DMSA), que ajuda a neutralizar os efeitos do veneno. Embora casos de envenenamento por arsênio sejam raros, o incidente de Torres levanta questões sobre o controle de substâncias perigosas e a segurança alimentar, especialmente em produtos que podem ser consumidos sem o conhecimento de sua contaminação. O caso segue sendo investigado pelas autoridades locais.