A Transparência Internacional Brasil questionou a falta de transparência nas atividades da primeira-dama Janja Lula da Silva, após reportagens revelarem que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem negado pedidos de informações sobre sua agenda. A ONG destacou que, apesar de não ocupar um cargo público formal, Janja exerce funções de caráter público e, por isso, deveria estar sujeita à Lei de Acesso à Informação. A organização também mencionou que a ausência de formalização de sua função não pode ser usada como justificativa para o descumprimento de normas de transparência.
A Casa Civil, por sua vez, justificou a negativa ao afirmar que Janja, por não ser titular de um cargo público oficial, não teria a obrigação de registrar ou divulgar suas atividades. Esse posicionamento foi mantido mesmo diante de pedidos formais feitos pela coluna do jornal O Globo e pela ONG Fiquem Sabendo, que buscavam acessar informações sobre a agenda da primeira-dama e os nomes de seus assessores. O governo ainda alegou que a primeira-dama não se enquadra nas disposições da Lei 8.112 de 1990, que regulamenta a administração pública federal.
A Transparência Internacional Brasil enfatizou que a falta de acesso a essas informações fere princípios básicos da administração pública e pode agravar a situação em relação à transparência e ao cumprimento da legislação vigente. A organização alertou para o risco de conflitos de interesse e pediu maior clareza nas atividades de Janja, considerando sua função pública, ainda que informal.