A transição de gênero de Raphael e seu filho Gustavo é um exemplo de acompanhamento médico e apoio familiar no Brasil. Ambos nasceram com características biológicas femininas, mas se identificam como homens. Gustavo iniciou sua transição aos 4 anos de idade, sendo atendido no Hospital das Clínicas da USP, enquanto seu pai começou a sua transição em 2024, no Hospital Municipal do Campo Limpo. A data de 29 de janeiro, Dia Nacional da Visibilidade Trans, é uma data importante para reforçar a luta contra o preconceito e violência contra a comunidade trans no Brasil.
O atendimento médico às crianças e adolescentes trans no Brasil, especialmente no Hospital das Clínicas da USP, foi investigado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Transição de Gênero, que buscava questionar a legalidade e os protocolos adotados nesses atendimentos. Em 2023, a CPI aprovou um relatório que pedia a suspensão de novos atendimentos a menores de 18 anos, mas o Ministério Público Federal (MPF) concluiu que não havia irregularidades no processo. Os atendimentos médicos seguem as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) e as orientações do Conselho Federal de Medicina (CFM).
A questão da transição de gênero, tanto em crianças quanto em adultos, continua sendo um tema delicado e controverso no Brasil. No entanto, especialistas afirmam que a identidade de gênero transgênero não é uma doença, mas uma condição reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Os tratamentos hormonais e procedimentos cirúrgicos, quando necessários, são realizados com base em protocolos médicos e após avaliações criteriosas de equipes multidisciplinares. A transição de gênero, tanto para Raphael quanto para Gustavo, reflete a busca por uma maior aceitação e compreensão dentro da sociedade brasileira.