A cidade de Piau, na Zona da Mata mineira, tem se destacado pela inovação na produção de banana, com iniciativas que transformam excedentes da fruta em produtos derivados, contribuindo para a sustentabilidade e a geração de renda. A banana é a fruta mais consumida mundialmente, e o Brasil, sendo o quarto maior produtor, tem papel fundamental nesse mercado. Na região, produtores têm adotado soluções criativas para aproveitar bananas que, devido à sua perecibilidade, não são comercializadas in natura, como a produção de cachaças, biscoitos, farinhas, doces e outros produtos alimentícios.
Casais como Elaine e Quintino Moreira, que cultivam bananas orgânicas desde 2010, investiram na agroindústria para agregar valor à sua produção. Eles utilizam bananas não vendidas para criar produtos como banana passa, bananada sem açúcar e barras energéticas, aumentando significativamente a renda, já que o preço dos itens processados pode ser superior ao da banana in natura. Outro exemplo é o produtor Guilherme Lima Barros, que encontrou no mercado de snacks uma oportunidade com a produção de chips de banana. Seu negócio cresceu com a aceitação do produto em cidades como São Paulo e Belo Horizonte, embora o crescimento ainda enfrente desafios relacionados à escassez de mão de obra.
Além disso, Maria Lúcia Evaristo, produtora de cachaça de banana, tem sido uma referência no setor. Ao desenvolver a receita da cachaça sem adição de cachaça de cana, ela criou um produto que se tornou um sucesso local, sendo muito procurado especialmente em períodos mais frios, como na Festa da Banana, evento anual da cidade. A produção de derivados de banana tem se mostrado uma alternativa eficaz para aumentar a renda dos agricultores da região e reduzir desperdícios, fortalecendo a economia local e promovendo a sustentabilidade no campo.