O reisado, uma tradição cultural que celebra o nascimento de Cristo e a visita dos Reis Magos, é mantido vivo por mestres e comunidades em diversas regiões do Brasil, apesar dos desafios impostos pela modernidade. Em Juazeiro do Norte, no Ceará, a jovem mestra Cícera Flatenara lidera o grupo Mirim Santos Expedito, inspirado no legado de seu pai, que dedicou sua vida à cultura do reisado. Mesmo após o luto pela perda de seu pai em um Dia de Reis, ela continua a ensinar crianças e adolescentes, passando adiante os valores e a arte da tradição, com suas cores, cantorias e danças.
A tradição enfrenta dificuldades, como o impacto da internet e o desinteresse de novas gerações, mas encontra resistência em líderes como os mestres Antônio Cândido e Nando, também de Juazeiro do Norte. Eles destacam a importância de projetos educativos e da inclusão de jovens, bem como da valorização da música local, como a viola e o pífano. Além disso, as celebrações incluem rituais simbólicos, como a queima da lapinha, fortalecendo os laços comunitários e espirituais.
No sul do país, o “terno de reis” em cidades como Esteio, no Rio Grande do Sul, mantém características semelhantes ao reisado nordestino, adaptadas às particularidades locais. Grupos como Estrela Guia incentivam jovens a participarem das apresentações, combinando religiosidade com um olhar inclusivo e diversificado. A continuidade da tradição depende do esforço de mestres, como o acordeonista Gabriel Romano, que, com apoio familiar, ensina as novas gerações, conectando o passado ao presente em uma luta contínua para preservar a cultura popular brasileira.