A pandemia de covid-19 trouxe mudanças significativas nas práticas de trabalho no Reino Unido, especialmente com a adoção do trabalho remoto. Stuart Rose, ex-presidente de grandes redes de varejo, apontou que essa mudança impactou negativamente a produtividade e o bem-estar dos trabalhadores, sugerindo que houve um retrocesso de duas décadas em termos de eficiência. Em meio a esse cenário, algumas empresas, como Amazon e JP Morgan, estão adotando a exigência de presença física diária, enquanto outras, como a gravadora Hospital Records, estão ajustando suas políticas de home office para tentar equilibrar a flexibilidade com os resultados financeiros.
No entanto, especialistas em trabalho remoto, como Nicholas Bloom, argumentam que uma abordagem híbrida pode ser igualmente produtiva, desde que os funcionários passem pelo menos três dias por semana no escritório. Bloom ressalta que trabalhar de casa tem vantagens, especialmente em termos de motivação e para incluir mais pessoas no mercado de trabalho, como aquelas com responsabilidades familiares. Isso é apoiado por dados que sugerem que dois dias de home office são tão valorizados pelos trabalhadores quanto um aumento salarial de 8%.
A questão continua sendo debatida, com alguns órgãos públicos e empresas enfrentando resistência de seus funcionários em retornar ao escritório. A produtividade no setor público, por exemplo, caiu para os níveis mais baixos desde 1997, levando a novos desafios para gestores e sindicatos. As negociações sobre a quantidade de dias de trabalho presencial continuam, mas a tendência é clara: o trabalho remoto não será abandonado, embora a sua aplicação varie entre setores e organizações.