No dia 8 de janeiro, quatro trabalhadores, incluindo três mulheres e um homem, foram resgatados em situação análoga à escravidão em Bom Jesus, na Serra gaúcha. Eles atuavam em uma cooperativa contratada pela Prefeitura para a triagem de lixo. O local de trabalho, um galpão na zona rural, apresentava condições precárias, sem instalações básicas, como água potável ou sanitários, e expunha os trabalhadores a resíduos insalubres, como restos de alimentos em decomposição e materiais cortantes.
O Ministério Público do Trabalho (MPT) informou que o ambiente de trabalho era insalubre, com falta de condições mínimas de higiene e segurança. Os trabalhadores, cujas idades variavam entre 24 e 51 anos, eram forçados a realizar suas necessidades fisiológicas ao ar livre e retornar ao trabalho com os uniformes sujos. Além disso, a investigação revelou a ausência de medidas de segurança, como vacinação contra doenças e cuidados adequados para acidentes com objetos cortantes encontrados no lixo.
O galpão onde os trabalhadores eram mantidos foi interditado, e a cooperativa foi notificada para pagar as verbas rescisórias dos resgatados, que também terão direito a parcelas do seguro-desemprego. A Prefeitura de Bom Jesus, que havia contratado a cooperativa por meio de licitação, comprometeu-se a romper o contrato com urgência. A ação está sendo atribuída à gestão anterior do município, e esclarecimentos serão feitos por representantes da administração passada.