As touradas, uma tradição cultural no México com quase 500 anos de história, enfrentam agora a possibilidade de serem proibidas na Cidade do México. Após diversas proibições temporárias ordenadas pela Justiça Federal, o Congresso da capital mexicana deve analisar, entre fevereiro e março deste ano, uma iniciativa cidadã que busca a proibição desses espetáculos. A proposta foi impulsionada por mais de 27 mil assinaturas, representando 0,35% dos eleitores da cidade. A iniciativa pede o fim das touradas, além de outros eventos que envolvem a utilização de animais em apresentações públicas ou privadas.
Embora a proposta conte com crescente apoio, como o do ex-integrante dos Beatles, Paul McCartney, o tema é controverso e envolve questões culturais, políticas e econômicas. Defensores da proibição argumentam contra os abusos físicos e psicológicos sofridos pelos animais, apontando as condições de transporte e a violência das touradas, que resultam na morte dos touros. Por outro lado, os que defendem a continuidade da prática ressaltam sua importância cultural e histórica para o México, alegando que ela é parte essencial da identidade do povo e garante a preservação de tradições, além de ser responsável por milhares de empregos no setor.
A tauromaquia no México começou logo após a conquista espanhola, com a primeira tourada registrada em 1529. Embora a prática seja legal em alguns estados mexicanos, ela já foi proibida em várias regiões ao redor do mundo, como na Colômbia e em partes da Espanha. No México, apenas quatro dos 32 estados proibiram as touradas. A discussão continua sendo uma batalha entre o respeito às tradições culturais e as crescentes preocupações com os direitos dos animais, com a decisão do Congresso da Cidade do México aguardada para os próximos meses.