**Title**: Ibovespa registra mais pregões negativos que positivos pela primeira vez desde 2015
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O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, teve um desempenho negativo em 2024, com mais pregões de queda do que de alta, algo que não acontecia desde 2015. Entre os 250 dias de negociação do ano, 127 registraram perdas, representando 50,8% dos pregões. O índice fechou o ano com uma queda acumulada de 10,36%, reflexo de um cenário de alta volatilidade e desafios estruturais no mercado financeiro nacional. A combinação de juros elevados, dólar valorizado e fatores políticos internos foi identificada como determinante para esse desempenho negativo, afetando especialmente setores como energia elétrica, alimentos processados e saneamento, que apresentaram uma certa resiliência.
A pesquisa realizada pela consultoria Elos Ayta apontou que entre as ações mais afetadas por esse cenário de baixa, destacaram-se empresas como Localiza, Gafisa, Vale e Unipar, cujos papéis apresentaram mais de 50% de pregões negativos em 2024. Esses resultados refletem a instabilidade do mercado, com empresas de diferentes setores enfrentando dificuldades para sustentar uma trajetória de valorização no meio de um contexto econômico turbulento.
O ambiente negativo no mercado também foi influenciado por fatores externos, como a política monetária dos Estados Unidos e a eleição de Donald Trump, além das expectativas em torno da saúde fiscal do Brasil. A preocupação com o cumprimento das metas fiscais e o controle do déficit público acentuaram a desconfiança dos investidores. Esse clima de incerteza culminou na valorização do dólar e no enfraquecimento da bolsa brasileira, com investidores retirando capital do país devido à percepção de risco crescente.
