O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou que o déficit primário de R$ 44 bilhões em 2024 foi o segundo melhor resultado fiscal da década, ficando atrás apenas do superávit de 2022. Ele ressaltou que as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre cortes de gastos públicos foram descontextualizadas e minimizou a possibilidade de não adotar novas medidas fiscais caso necessário. Ceron reforçou o compromisso do governo com a estabilidade fiscal, mencionando que, caso seja preciso, serão tomadas as ações necessárias para garantir esse equilíbrio.
O governo registrou o déficit primário de R$ 44 bilhões em 2024, mas as despesas extraordinárias com enchentes no Rio Grande do Sul e queimadas no Brasil, que somaram R$ 32 bilhões, não foram computadas na meta fiscal. Isso fez com que o saldo negativo nas contas públicas fosse de R$ 11 bilhões, ou 0,09% do PIB. Ceron destacou que o governo sempre foi transparente sobre a meta fiscal e a necessidade de ajustes, e que o resultado apresentado foi dentro das previsões, mesmo com as dificuldades enfrentadas ao longo do ano.
Além disso, o secretário comentou sobre medidas fiscais que não avançaram no Congresso, como o fim da desoneração da folha salarial e o Perse, programa de apoio ao setor de eventos. Ele apontou que a falta dessas iniciativas poderia ter gerado um superávit primário, mas enfatizou que o esforço para reverter os déficits primários dos anos anteriores tem mostrado resultados expressivos. O governo, segundo Ceron, conseguiu reverter tendências fiscais negativas, apresentando avanços significativos na recuperação fiscal do país.