O terceiro ano do governo Luiz Inácio Lula da Silva, em 2025, é projetado para ser um período desafiador, com obstáculos tanto internos quanto externos, segundo análise do cientista político Christopher Garman. No cenário doméstico, um dos principais desafios será a crise de confiança nas contas públicas, exacerbada pela desvalorização do real em 27% ao longo de 2024. Esse contexto pressionou o Banco Central a aumentar as taxas de juros, o que pode intensificar os problemas econômicos no país. A falta de disposição do governo para implementar reformas fiscais, principalmente devido à proximidade das eleições presidenciais de 2026, contribui para o cenário de incertezas.
Garman prevê que a combinação de juros elevados e um câmbio desvalorizado pode resultar em um aumento da inflação no Brasil, especialmente no segundo semestre de 2025. Isso poderá afetar negativamente a popularidade de Lula, reduzindo seus índices de aprovação e tornando mais difícil a governabilidade do país. A perspectiva de um cenário econômico instável aumenta a pressão sobre a administração federal, que enfrentará desafios adicionais para manter a estabilidade política e social.
No plano internacional, o cientista político aponta a ascensão de um novo governo nos Estados Unidos, sob a liderança de Donald Trump, como um fator de preocupação para o Brasil. Embora os mercados possam reagir positivamente a um governo mais favorável ao setor privado, Garman destaca os riscos de políticas protecionistas e medidas como deportações em massa. Tais ações poderiam fortalecer o dólar e prejudicar economias emergentes, como a do Brasil, tornando ainda mais difícil a implementação de políticas econômicas favoráveis no país.