A gestão de Márcio Pochmann à frente do IBGE tem sido marcada por polêmicas e descontentamento, especialmente após a criação da Fundação IBGE+, um braço da instituição que realiza projetos e pesquisas para empresas privadas. A criação da fundação gerou surpresa e insatisfação entre servidores, que relatam falta de diálogo e participação no processo, além de desqualificação da gestão. De acordo com Clician Oliveira, integrante do Conselho Curador da Fundação IBGE+ e do Sindicato dos Trabalhadores do IBGE, o projeto foi elaborado sem consulta ao corpo técnico ou aos sindicatos, gerando desconfiança quanto aos seus impactos.
Em setembro de 2024, uma carta com críticas à gestão de Pochmann circulou entre servidores, denunciando os riscos associados à Fundação IBGE+ e ao seu modelo institucional. Clician destaca que a fundação possui semelhanças com outras fundações públicas de direito privado, como a Fundação Butantan, que, ao longo do tempo, transferiu atividades para a esfera privada. Ela argumenta que o modelo adotado pela fundação pode resultar na exploração do patrimônio público e na transferência de funções essenciais para a iniciativa privada, o que representa um grande risco para a integridade da instituição.
Recentemente, a situação se agravou com a exoneração de dois diretores do IBGE, que demonstraram descontentamento com a gestão de Pochmann. Além disso, o Sindicato dos Trabalhadores do IBGE publicou um comunicado criticando a criação da fundação, afirmando que o projeto foi desenvolvido em segredo. Pochmann, por sua vez, refutou as críticas, alegando que os servidores estavam divulgando informações falsas. A tensão interna no IBGE segue, enquanto o debate sobre a Fundação IBGE+ continua a polarizar opiniões dentro da instituição.