O ex-presidente Michel Temer respondeu às declarações de Luiz Inácio Lula da Silva, que havia qualificado o impeachment de Dilma Rousseff como um golpe. Temer criticou a fala de Lula, chamando-a de “bobagem” e “divisionista”, ressaltando que o processo de impeachment foi legítimo, com o respaldo dos Poderes Legislativo e Judiciário. Segundo Temer, o comentário de Lula foi infeliz e contribui para a divisão do país. A polêmica surgiu após uma visita de Lula à galeria de fotos dos ex-presidentes no Palácio do Planalto, onde ele afirmou que o impeachment de Dilma e a presidência de Temer resultaram de um golpe.
Durante a visita, Lula afirmou que a História deveria registrar o impeachment como um golpe e destacou que Temer havia assumido a presidência sem ser eleito, após o afastamento de Dilma. Ele também mencionou o fato de Jair Bolsonaro ter sido eleito com base em mentiras, sugerindo que as circunstâncias políticas estavam marcadas por desinformação e irregularidades. O comentário gerou repercussão não só entre seus aliados, mas também em membros do MDB, que se opõem à caracterização do impeachment como um golpe, enfatizando que o processo respeitou a Constituição e as instituições.
A fala de Lula também provocou reações de líderes do MDB, incluindo o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, que defendeu a legalidade do impeachment e criticou o termo “golpe”. Nunes destacou que a defesa da democracia deve passar pelo respeito às instituições responsáveis pelo processo, como o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal. A relação entre Temer e Lula sempre foi marcada por tensões, especialmente após o período eleitoral de 2022, quando Lula chamou Temer de golpista.