As taxas dos contratos futuros de Depósito Interfinanceiro (DI) registraram alta firme na quinta-feira, com variações superiores a 25 pontos-base nas pontas mais longas da curva. Esse movimento ocorreu em meio a uma realização de lucros no mercado, após a recente recuperação dos ativos brasileiros, especialmente na renda fixa, bolsa de ações e câmbio. A alta nas taxas foi influenciada por dados econômicos mistos e a expectativa de novos ajustes na política monetária do Banco Central, que poderá elevar a Selic em até 100 pontos-base no fim de janeiro.
Apesar do avanço das taxas no Brasil, o cenário externo também exerceu influência sobre os mercados locais, com os rendimentos dos Treasuries americanos recuando após declarações de um diretor do Federal Reserve, que sugeriu a possibilidade de cortes de juros nos Estados Unidos em 2025. O movimento de alta nas taxas futuras brasileiras foi impulsionado pela realização de lucros em um dia marcado pela oscilação do dólar, que chegou a superar os R$6,00. Isso gerou incerteza sobre a continuidade das apostas em ativos brasileiros, dada a fragilidade fiscal ainda percebida no país.
O mercado brasileiro parece continuar precificando um cenário de juros elevados no curto prazo, com as taxas de DI refletindo uma probabilidade de 90% de alta de 100 pontos-base na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). A movimentação no mercado de renda fixa também foi acompanhada de perto por investidores atentos ao cenário político e econômico, incluindo a posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, prevista para a próxima semana. A expectativa é de que os próximos dias tragam mais clareza sobre as ações fiscais e monetárias no Brasil e nos EUA.