As taxas dos DIs encerraram a quinta-feira em alta, refletindo principalmente o impacto do leilão de títulos prefixados realizado pelo Tesouro Nacional e o movimento nos rendimentos dos Treasuries no mercado externo. A taxa do DI para julho de 2025, um dos contratos mais líquidos, subiu para 14,095%, enquanto os contratos mais longos, como os de 2031 e 2033, também apresentaram aumentos. O avanço dos rendimentos dos Treasuries foi impulsionado por incertezas em relação às tarifas comerciais dos Estados Unidos, principalmente após declarações do presidente Donald Trump, que mantiveram o mercado cauteloso.
No Brasil, o leilão de títulos do Tesouro foi o principal fator responsável pela alta das taxas dos DIs, com a venda de Letras do Tesouro Nacional (LTNs) e Notas do Tesouro Nacional – Série F (NTN-Fs) gerando um movimento no mercado. Profissionais do mercado explicaram que investidores que adquiriram os títulos buscaram proteger suas posições comprando DIs, o que influenciou a curva de juros. Apesar do cenário externo tenso, as taxas dos DIs apresentaram alta principalmente devido a esse fator local, mais do que pela pressão vinda de fora.
Apesar da alta nas taxas internas, o mercado de títulos dos EUA passou por uma leve acomodação no início da tarde, após declarações de Trump em Davos. O presidente dos Estados Unidos não anunciou novas medidas sobre tarifas, o que ajudou a reduzir a tensão no mercado e a fortalecer outras divisas, incluindo o real. No Brasil, as expectativas para o próximo encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central foram mantidas, com o mercado precificando uma elevação de 100 pontos-base na Selic.