Após a queda registrada no dia anterior, as taxas dos DIs fecharam a terça-feira em alta, refletindo um movimento de recomposição de prêmios na curva de juros. A avaliação de que a situação fiscal no Brasil não melhorou impulsionou o aumento das taxas, com destaque para a do DI para julho de 2025, que fechou em 14,04%, e a do contrato para janeiro de 2026, que subiu para 14,955%. Embora o mercado tenha experimentado uma redução nas taxas na véspera, devido à notícia de que os EUA não implementariam tarifas de importação no início do governo Trump, a perspectiva fiscal interna continua a pressionar os rendimentos.
A curva de juros brasileira segue volátil, com os investidores atentos à trajetória fiscal do país. A falta de novidades no cenário fiscal, especialmente após o pacote lançado pelo governo em 2024, mantém a pressão sobre as taxas. A inflação também segue sendo uma preocupação, com as projeções para os próximos anos acima da meta de 3% estabelecida pelo Banco Central. Nesse contexto, o mercado precifica uma probabilidade de 90% de que o Comitê de Política Monetária (Copom) aumente a taxa Selic em 100 pontos-base na próxima reunião, embora o cenário internacional também seja monitorado, especialmente em relação às políticas comerciais dos EUA.
Com o Congresso Nacional em recesso até fevereiro, as expectativas no mercado ficam ainda mais centradas em fatores externos, como as políticas fiscais do novo governo norte-americano. A reação global às tarifas dos EUA e suas implicações para a inflação e juros no Brasil são temas de grande atenção. A tensão no cenário externo, aliada à situação fiscal interna, mantém o mercado em vigilância, com a percepção de que a inflação e as taxas de juros no Brasil devem continuar pressionadas no curto e médio prazo.