Após uma sessão marcada por oscilações, as taxas dos Depósitos Interfinanceiros (DIs) encerraram a terça-feira em alta, influenciadas pelo avanço dos rendimentos dos Treasuries norte-americanos e por movimentos de realização de lucros por parte dos investidores. Durante boa parte do dia, as taxas, especialmente as de curto prazo, operaram em queda, refletindo o ajuste nos prêmios acumulados anteriormente na curva de juros brasileira. Esse movimento de queda foi sustentado por declarações que reforçaram o compromisso do governo com a contenção de gastos, contribuindo para um cenário de maior confiança na política fiscal.
No entanto, a trajetória mudou no final da tarde, com as taxas dos DIs passando para o terreno positivo, sobretudo nos contratos mais longos. A alta dos yields dos Treasuries, referência global, exerceu pressão sobre os mercados domésticos, somando-se a movimentos técnicos de investidores que buscaram realizar lucros após os recuos recentes. O dólar também acompanhou esse movimento, revertendo as perdas iniciais e se estabilizando em relação ao real no fechamento.
A curva de juros brasileira indicava uma precificação de 43% de probabilidade de aumento de 125 pontos-base na taxa Selic no final de janeiro, enquanto 57% dos investidores apostavam em uma elevação de 100 pontos-base, acima da taxa atual de 12,25% ao ano. No cenário internacional, os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA subiram de forma consistente, impulsionados por leilões de papéis, com o yield do Treasury de 10 anos alcançando 4,691%. Esse contexto externo contribuiu para a pressão nas taxas domésticas, refletindo a interação entre os mercados globais e locais.