As taxas dos DIs fecharam em baixa nesta terça-feira, refletindo a continuação de um movimento de ajuste nas taxas de juros, após uma retirada de excessos nos prêmios. O cenário foi impactado por dados de inflação nos Estados Unidos, com o índice de preços ao produtor (PPI) mostrando uma alta de 0,2% em dezembro, abaixo da expectativa de 0,3%. Esse resultado moderado gerou uma queda nos rendimentos dos Treasuries, o que influenciou também o mercado de DIs no Brasil. A curva de juros, em especial nos contratos de curto e médio prazos, ajustou-se com a expectativa de que o Banco Central do Brasil aumente a Selic em 100 pontos-base no fim deste mês, como sinalizado em comunicados anteriores.
Entre os contratos mais curtos, a taxa do DI para julho de 2025 e para janeiro de 2026 apresentaram leves quedas, enquanto os contratos mais longos, como os de janeiro de 2031 e 2033, também tiveram redução nos rendimentos. O movimento foi interpretado como uma continuidade da reavaliação de expectativas no Brasil, impulsionado pela menor pressão inflacionária externa e pela ausência de novos fatores negativos no cenário doméstico. Além disso, analistas destacaram que o recesso do Congresso Nacional ajudou a reduzir a volatilidade associada às questões fiscais, o que permitiu um alívio nos prêmios de risco.
Com as apostas no mercado futuro se consolidando em torno de uma alta de 100 pontos-base na Selic, o governo brasileiro, por sua vez, continua a trabalhar em medidas fiscais, como a reforma do Imposto de Renda, que deverá ser enviada ao Congresso após a eleição das mesas diretoras da Câmara e do Senado. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo pretende manter a isenção do Imposto de Renda para trabalhadores que ganham até dois salários mínimos. No exterior, os rendimentos dos Treasuries também mostraram uma tendência de queda, com o título de 10 anos atingindo 4,786%, o que reflete uma expectativa mais cautelosa sobre a trajetória das taxas de juros.