As taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) encerraram a segunda-feira em queda, especialmente nos vencimentos mais longos, impulsionadas pela possibilidade de que o governo dos Estados Unidos adote tarifas de importação menos severas do que o esperado. A notícia, divulgada por um importante veículo de comunicação, sugere que as tarifas poderiam focar setores críticos para a segurança nacional ou econômica, o que reduziria pressões inflacionárias e a necessidade de manutenção de juros elevados pelo Federal Reserve. Em resposta, o dólar caiu frente ao real, e a curva de juros brasileira reagiu em sintonia.
Internamente, as preocupações fiscais continuam a influenciar o mercado, mas o início do ano tem sido aproveitado para ajustes em prêmios de risco excessivos acumulados em 2024. Paralelamente, declarações de autoridades brasileiras descartaram mudanças no regime cambial ou aumentos de impostos para conter a saída de dólares, enquanto as chances de elevação da Selic em 100 pontos-base no fim de janeiro se consolidaram no mercado, com 80% de probabilidade estimada. A mediana das projeções para a Selic no fim de 2025 também foi revisada para cima, refletindo expectativas mais restritivas.
No cenário internacional, os rendimentos dos Treasuries apresentaram movimentos mistos, com taxas de curto prazo em queda e de longo prazo em leve alta, em um dia de leilões do Tesouro dos EUA. Apesar de desmentidos sobre a possibilidade de tarifas moderadas, a especulação inicial trouxe um alívio momentâneo para o mercado global, influenciando a dinâmica dos ativos locais. No Brasil, a percepção de risco permanece elevada, mas o ajuste nas expectativas para medidas econômicas americanas contribuiu para aliviar as pressões imediatas sobre o mercado.